Técnica da mãozinha, iniciativa humanizada que ganhou o mundo

Há alguns dias, uma iniciativa simples, mas muito criativa, de uma enfermeira na linha de frente da Covid-19 recebeu o reconhecimento do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus. Lidiane Melo, enfermeira num hospital na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, encheu duas luvas cirúrgicas com água morna e envolveu a mão de um paciente de UTI com elas. O objetivo era melhorar a circulação sanguínea do paciente, aumentar sua saturação e acalmá-lo na solidão da UTI. A atitude ficou conhecida como técnica da mãozinha.

“Sem palavras para expressar minha admiração aos profissionais da saúde na linha de frente nesta pandemia e as formas incríveis com que eles estão buscando confortar seus pacientes”, publicou o diretor-geral da OMS em seu twitter sobre a iniciativa.

E o que essa atitude inédita e tão humanizada nos diz sobre a enfermagem? Que, muito além do conhecimento acadêmico e da ciência, o profissional de enfermagem tem um olhar sobre o ser humano e se preocupa com todos os aspectos daquele que está sob seus cuidados. Num plantão de UTI, em meio a tanto estresse e tensão, com as fragilidades dos pacientes que estão entre a vida e a morte, Lidiane foi além do protocolo e se deteve uns momentos para encontrar uma solução para a situação do paciente.

“A circulação não melhorava. Pensei em molhar a mão dele com água morna, mas por causa do risco de contaminação, a ideia não era boa. Pensei mais um pouco e coloquei a água morna dentro das luvas cirúrgicas e envolvi na mão dele”, declarou Lidiane, uma apaixonada pela profissão, ao portal G1.

Em tempo: a técnica da mãozinha deu resultado em poucos minutos. Lidiane conseguiu medir a saturação e dar continuidade ao tratamento do paciente.